Tem dias que me pego pensando o que os outros pensam de mim. Parece meio aleatório, mas, ao mesmo tempo que penso nisso, me vem várias ‘soluções’ na cabeça; uma delas gritando que não importa, e a outra que deveria ser balanceada na medida em que meu trabalho depende da opinião pública. Mas esses dias foi diferente. Eu pensei: mas eu mesmo não sei o que eu penso de mim. E lembrei que não olho para dentro com muita frequência. Não sei dizer se a porta da entrada tem tapete dizendo ‘bem-vindo’ quando alguém chega, não sei minha casinha interior é grande ou pequena e se tem cheirinho de lavanda quando entra. E não me lembro qual o critério de convidados para entrar. E nesse mesmo dia eu me lembrei que uma amiga me contou uma vez que eu fiz ela olhar para dentro. E isso me pegou de uma forma que eu não esperava. Então quer dizer que esse tempo todo eu não estava apenas mostrando o melhor ângulo de alguém, eu estava fazendo bem mais que isso? E ela percebeu isso durante um ensaio pessoal que fiz com ela e mais uma amiga, e realmente, aquele dia fez bem até para mim. E ela me dizendo isso depois foi como um estalo, eu não tiro foto, eu entrego elas em troca de algo muito mais valioso que dinheiro: histórias. Já bati nessa tecla milhões de vezes, mas é realmente importante sabermos a capacidade que temos de interferir na vida de alguém, seja para o positivo ou negativo. E ter a capacidade de mudar algo no pensamento de alguém com uma coisa que sempre foi meu sonho… é, não vou ter palavras aqui para explicar sem ser repetitiva, então eu queria deixar o breve relato que essa minha amiga querida me deixou após fazermos as fotos dela:
RELATO DE DANI (a fotografada e amiga): “Às vezes, pra ver a nós mesmos de outra maneira, precisamos nos ver pelos olhos do outro. E uma das maneiras mais interessantes de fazer esse exercício é registrar esse olhar pelas lentes de uma câmera.
Quando fiz meu ensaio com a Dani confesso que eu estava meio apreensiva. Uma amiga havia me convidado para fazer o ensaio, já que ela também faria o dela. Resolvi então dar uma chance pra essa nova experiência.
E partimos, cabelo arrumado, maquiagem no jeito e aquele friozinho por dentro dizendo “o que é que eu faço agora?”. Então a Dani tirou seu equipamento, olhou pra gente e disse “Dani, vamos começar com você”.
Com seu bom humor e tranquilidade, os sorrisos vieram fáceis, as “poses” eram naturais e o meu jeito ia sendo traduzido nas suas fotos. Se você, assim como eu, é meio tímida pra fazer pose, mas nem tanto pra dançar no meio da rua quando tem uma música legal tocando, é neste momento que a Dani estará atenta para capturar o que você é, (acredite)!. E entre um e clique e outro eu estava me divertindo, e muito!
Quando recebi as fotos, me peguei refletindo sobre a imagem que tinha de mim mesma. Através das lentes da Dani consegui ver minha imagem pelos olhos de outra pessoa. Ali naquelas fotos eu me vi de verdade, era o mais verdadeiro de mim mesma. Era a dança na rua, a risada de uma piada, a diversão com as amigas, a prosa descompromissada numa tarde de sol.
E o que mais me chamou atenção foi o sentimento que aquelas fotos me traziam. Ao olha-las, eu estava de novo com minhas amigas, rindo, dançando e pedindo pra Dani “Vamo tirar foto com aquela plantinha?”.
Hoje eu creio que o maior valor das fotos não está nas imagens em si, mas sim na conexão com os sentimentos daqueles momentos que registramos.
E se você que quer se ver de maneira diferente, que precisa de outro ângulo, outro ponto de vista, recomendo essa experiência. Escolha um lugar que você goste e registre também os sentimentos desse momento, a Dani com certeza por te ajudar. ”