Ocupar o cargo de ser mãe parece demais as vezes. Uma vida responsável por outra. Quem criou esse cargo sabia tudo o que fazer? Todas as decisões certas a tomar? O manual é vendido separadamente? Parece que quando dizem: “quando nasce um filho, nasce também uma mãe” eles estavam certos. É como se você chegasse de repente em um mundo onde nada é familiar e tem que aprender quase que sozinho cada simples tarefa – só que a sensação é de estar entrando no carrinho da montanha-russa em movimento segurando as 10 sacolas de comprar do mercado.
Sempre ouvi que ser mãe é uma coisa que seu filho te ensina a fazer: que horários prefere dormir, se vai ficar no peito por mais de seis meses ou não, se dormir voltará a ser um hábito um dia para você. São tanto pequenos enigmas que tomam prioridade enquanto a falta de ar toma conta das últimas semanas com a barriga cobrindo maior parte do seu pé – olhar para baixo e ver mais que as pontas dos dedos já não é uma opção.
Ocupada demais? Isso não existe, ela sempre faz brotar um minuto extra para procurar por coisa que só a SUPER MÃE consegue encontrar. Comprei roupa demais? Ou de menos? Ser mãe é não saber nada e saber de tudo. E existe todo tipo: a que se preocupa demais, as que confiam que as dicas dos blogs para mães de primeira viagem vão ajudar e que alguma outra mãe no grupo de mensagens também tenha tido o mesmo problema; a mãe que não sabe o que ‘tá’ fazendo mas vai na fé de que as hashtags maternidade real vão fazer ela se sentir melhor (e como fazem), porque errar junto é mais reconfortante. Afinal, ser mãe é isso mesmo; errar acertando e acertar errando. Ter dias bons e outros nem tanto assim. É esperar que as cólicas passem logo e desejar que toda dor fosse passada de um filho para ela. É criar mil maneiras diferentes de resolver um problema enquanto tenta educar um filho e ao mesmo tempo ainda desviar de sabe-se lá quantas opiniões diferentes sobre como o seu filho está demorando para falar ou andar.
Sabe o que é melhor? É que nessa grande corrida para ver quem chega viva ao fim do dia – e com a consciência tranquila rezando para que o bebê durma mais de três horas seguidas – o grande prêmio não é algo que você coloca na estante entre as fotos de dois e três anos com todos em volta de um bolo cheio de glacê colorido. A grande conquista é saber que tudo isso só vale a pena se tudo o que você fez funcionou para que seu filho estivesse bem – o resto a gente dá um jeitinho.
Mãe é mãe mesmo que não seja mãe ainda. Só o fato de esperar por aquele serzinho – seja no ventre, no papel ou depois da aula de para poder levar pra casa, isso já as completa. E quer saber? Não é fácil mesmo, mas qual seria a adrenalina se você já tivesse todas as respostas no manual de cabeceira de ‘como ser mãe’?
Obrigada, mães, por serem vocês.