O cérebro humano funciona de maneira muito simples: ele só armazena informações que ele considera importantes. Então tudo que nós vemos, escutamos, sentimos ou pensamos só passa para a memória de longo prazo (ou seja, para um lugar que você vai levar mais tempo para esquecer) se for muito importante. Isso tudo segundo seu cérebro, ele que manda.
Sempre que recebo um pedido de orçamento, vem aquela pergunta: quanto vale o seu serviço? E isso é relativo. Costumo dizer que o valor é inestimável, mas o preço a gente pode negociar.
Quanto vale aquele dia que você olhou o amor da sua vida bem no fundo dos olhos e disse sim? Quanto vale a lembrança da espera pelo primeiro, segundo ou vigésimo filho? Quanto vale aquele sorriso sem dente rindo à toa antes mesmo de completar um ano de idade? Ou aquela lágrima escorrendo da pessoa mais improvável no dia do seu casamento mas que você não viu pois não conseguiu? Se só acontece uma vez, porque não guardá-la e fazer com que ela se torne eterna?
Mas agora temos que concordar, isso é muito vago, certo? Como a gente pode depender de um algoritmo desses e confiar que ele não vai perder nossas memórias? E porque eu estou falando sobre isso? E se você pudesse ter algo que te ajudasse a lembrar de tudo? Algo que vá unir sua família em volta de um acumulado de papéis enquanto todos dão risada porque ali naquele papel está um acontecimento que ninguém mais lembrava, mas que a fotografia guardou e não deixou que esquecessem.
E agora, que temos a sensação de que o tempo passa ainda mais rápido, você acha que podemos deixar para depois o registro do que acontece agora?
Pois bem, eu lhe pergunto então: quão valiosas são as memórias que você tem?
E se você somar tudo isso, todas as suas respostas, você consegue me responder o quanto vale a fotografia? Aquele registro que ninguém mais viu? Aquele milésimo de segundo que não vai se repetir? A fotografia consegue fazer com que aquelas memórias se tornem eternas.
E então, quanto vale a fotografia pra vocês?